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Jason Vogel
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O carrão branco passaria desperce-
            bido em Las Vegas, mas chama a 
            atenção na Penha. Quem está  de 
            bicicleta diminui a marcha, a garo-
tada que sai do grupo escolar estica o pes-
coço para ver se há algum artista lá dentro.
Mal sabe essa gente curiosa que a limusine
nasceu ali pertinho, numa modesta oficina
de lanternagem. 
Quem teve a idéia de esticar o automó-
vel foi Roberto Morabia, um analista de sis-
temas que decidiu ter seu próprio negócio. 
Inicialmente, ele pensava em fazer coches 
fúnebres, mas viu que podia ter um merca-
do maior fazendo automóveis para usuá-
rios mais animados. 
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carro. Para criar versões nacionais com 
preços mais em conta, o ex-analista de sis-
temas botou um detetive atrás de lanternei-
ros que já haviam feito limusines no Rio. 
  O primeiro encontrado foi José Henrique 
Leal, da Penha Circular, que havia reformado 
uma limusine Plymouth. Depois, veio Edmil-
son José da Silva, de Campo Grande, que já 
espichara um Landau. A eles se uniu Luiz 
Henrique Rodrigues, o Magal, encarregado 
de transformar em realidade os sonhos que 
não param de brotar da cabeça de Roberto. 
  Os testes começaram com Fuscas e Fiat 
147 serrados ao meio. Logo, os esticadores 
de carros estavam prontos para seu pri-
meiro trabalho para valer. Um site na inter-
net feito por Roberto (www.limo.com.br) 
 
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atraiu um freguês, que mandou do Paraná 
um Chrysler Stratus V6, ano 1998. 
  A operação começou com a instalação 
de cavaletes móveis sob o carro, peças que 
servem para alinhar o automóvel quando o 
monobloco é cortado ao meio por uma ser-
ra. No Stratus, decidiu-se por um alonga-
mento de 2,15 metros. 
O passo seguinte foi botar barras de aço 
ligando as caixas de ar do carro. Depois vie-
ram reforços no piso e a estrutura do teto. 
— Tem chapa grossa e mais reforço que 
nas limusines americanas. Assim, o monoblo-
co não torce nem racha — garante Roberto. 
Em vez de usar portas, colunas e tetos 
originais para fazer a parte alongada, op-
tou-se por material brasileiro, moldado ar-
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tesanalmente. Tudo na limusine carioca foi 
posto na ponta do lápis. As janelas laterais, 
por exemplo, poderiam até ser maiores, 
mas seus vidros custariam muito caro. 
Como o carro engordou 500 quilos, fora 
o peso dos seis passageiros, a suspensão 
foi reforçada e os pneus, trocados por ou-
tros, típicos de utilitários esportivos. 
  Por fim, um acabamento ao gosto do fre-
guês: o pacote básico inclui som, TV e fri-
gobar. A limusine das fotos ganhou uma for-
ração bem simples, longe do que se vê no 
cinema, mas perto da realidade brasileira. 
Nesse Stratus de 6,87 metros, o serviço 
saiu por R$ ?? mil (fora o preço do automó-
vel usado, uns R$ 20 mil). Por causa do au-
mento de peso, Roberto sugere que as trans-
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